sábado, 25 de junho de 2011

DELEITE: para o bebê, o melhor leite é o da mãe!



Dia 24/06 foi o dia mundial do leite, e eu, mamífera convicta dos beneficios da amamentação exclusiva e em livre demanda, não poderia deixar fazer esta homenagem a uma das ações mais nobres que uma mulher pode exercer.

Depois de muitas controvérsias, hoje em dia a ciência volta a afirmar que o melhor leite para o bebê é o leite de sua mãe. 
Além de ser o mais completo e nutritivo alimento, ajuda no desenvovimemento físico e mental, previne contra problemas respiratórios, digestivos e do trato urinário e constrói de forma sólida a imunidade do bebê para toda a vida.
A amamentação ajuda também o útero da mãe retornar ao seu tamanho normal, evita os riscos de câncer de mama... e incrivelmente, foi visto em algumas mulheres que o tamanho de seu intestino é aumentado, proporcionando a ela que tenha maior absorção de nutrientes e melhor expulsão de resíduos. 
A amamentação é ecológica, natural e econômica.

Para além disso, o amamentar cria uma linguagem sutil e refinada entre a mãe e seu bebê, que aprendem a se interpretar através do olhar, do calor, do toque e do vinculo afetivo que é formado durante o processo e fora dele também. A mulher que amamenta sabe exatamente as necessidades de seu filho bem como seu filho sabe como chamar a atenção da mãe, as necessidades de ambos se interconectam. Um exemplo clássico é que ao chegar a hora do bebê mamar, a mãe sente seu seio enchendo de leite... pura dádiva da natureza.

O Ayurveda indica a todas as mulheres que amamentem seus filhos exclusivamente até os seis meses, e ensina que através do leite, a mulher continua transferindo Ojas ao seu bebê - a substância mais refinada do corpo humano, a pura essência da vida que produz saúde, longevidade, plenitude e contentamento.
Por tanto até onde o bebê aceitar, de-leite!
Para isto é preciso que a mulher tenha uma boa alimentação: nutritiva, rica nos sabores doce e ácido, de fácil digestão, em uma quantidade adequada e de acordo com sua constituição. Basicamente o que a mulher consumiu durante a gestação será de facil aceitação na amamentação. Ervas galactagogas e produtoras de Ojas como: Shatavari, Aswagandha, Guduchi, Erva doce, Anis, Funcho bem como água de coco e sucos de frutas ácidos são ótimos. Massagens frequentes, preferivelmente com óleo morno, são altamente recomendadas neste período, pois ajudam na circulação dos fluidos da mulher.

No inicio, o amamentar tem suas peculiaridades e dificudades, mas em pouco tempo a sabedoria intrinseca de cada um, juntamente com o amor incondicional, resolve tudo como um passe de mágica. A mulher de natureza nutridora, lunar, doadora, literalmente se deleita em dar leite.
Do Michaelis:
de.lei.te
sm (de deleitar) 1 Delícia, gosto, regalo. 2 Prazer suave e demorado. 3 Voluptuosidade. Var: deleitação, deleitamento.

Veja também o artigo: Vantagens da amamentação prolongada - um processo complexo e ainda mal conhecido na página ARTIGOS deste blog.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Teatro Ayurvédico: Entendendo os protagonistas da saúde e da doença – Agni, Ojas, Ama e Doshas.

De acordo com Ayurveda, a causa principal das doenças é um sistema digestivo fraco. Dentro desta visão, quem governa a digestão é  Jatar Agni, nosso fogo digestivo interno que na visão biomédica seria correspondente aos sucos digestivos (gástrico, pancreático, duodenal, bile).

Muitos fatores emocionais, ambientais e principalmente anti-nutricionais (devido à quantidade, qualidade e combinações inadequadas de alimentos) alteram o poder de transformação do Agni, que passa a não digerir propriamente os alimentos. Desta forma, quando os alimentos não são digeridos, não são absorvidos e formam biotoxinas que grudam nas células e bloqueiam e/ou dificultam o transporte de substancias pelo corpo, isso gera desequilíbrio dos doshas e resulta em doenças.

Na "linguagem ayurvédica" as toxinas proveniente dos alimentos não digeridos são denominadas Ama, a grande causadora de doenças. Na linguagem matemática, diríamos que Agni e Ama são indiretamente proporcionais: quanto mais Agni menos Ama, quanto menos Agni mais Ama. Mas devemos estar atentos pois, assim como Ama resulta no aumento de Vata e/ou Kapha,o excesso de Agni (Tikshna Agni) resulta no aumento de Pitta.

A expressão do Agni é a fome verdadeira. Quando temos fome significa que temos fogo para digerir o alimento que vai entrar. Comer sem fome é um dos "pecados" para as doenças de acordo com Ayurveda.

Há varias classificações para o Agni:
Tikshna Agni- Metabolismo excessivo; digere tudo com muita intensidade podendo "digerir até mesmo o próprio estômago", causando assim: gastrites, úlceras e etc. O fogo excessivo queima os alimentos da mesma forma que o fogo produz cinzas; essas "cinzas alimentares" também são Ama. Mais característico de pessoas Pitta em excesso.
Manda Agni- Metabolismo insuficiente; dificuldade em digerir, falta de apetite, sensação de empachamento constante, ganho de peso. Mais característico de pessoas com Kapha em excesso.
Vishama Agni- Metabolismo irregular; ora produz muito fogo, ora não produz; Resulta em Ama, gases, indigestão e má absorção. Característico de pessoas Vata em excesso.
Sama Agni- Boa digestão que produz leveza, disposição e saciedade. Não produz nenhum sinal de indigestão como eructação, flatulência, empachamento, azia, etc.Independente da sua constituição esse é o Agni ideal para todos, o que mudará é a dieta. 

Uma boa nutrição depende de um bom Agni, pois precisamos nutrir todos os 7 tecidos do corpo para que produzamos Ojas, a substância responsável pela construção de nossa imunidade, que é a responsável por manter nossa saúde. Se o Agni está excessivamente alto ou baixo, Ojas é diminuído.

O primeiro passo para re- construir Ojas é levar o Agni para a condição de Sama Agni.
Para atingir essa condição precisamos:

1. Estar com fome: a fome verdadeira que é a fome física em que sentimos aquela sensação de vazio no estomago;
2. Não comer antes de a refeição anterior ter sido digerida;
3. Não comer com raiva, ansiedade e emoções fortes;
4. Não comer de pé, andando, ou fazendo qualquer outra atividade;
5. Comer em ambientes agradáveis, limpos, harmoniosos;
3. Os alimentos ingeridos devem estar de acordo com nossa constituição, estação do ano e fases da vida e possuir a qualidade Sattvica, ou seja, alimentos puros, higiênicos, saudáveis, nutritivos, naturais, saborosos, cheirosos, com bom aspecto;
4. A quantidade deve ser adequada. Ayurveda mede essa quantidade pelo tamanho do estômago de cada um, que pode ser verificada através da união das mãos em concha (unindo a borda externa dos dedos mindinhos). Se você dividir essa área em 4 partes, 2/4  devem ser preenchidos com sólidos, ¼ com líquidos mornos e ¼ deve permanecer vazio para proporcionar o movimento da digestão.
5. Nosso Agni acompanha o movimento do sol, portanto de manhã devemos ter uma refeição leve, porém nutritiva; ao meio dia devemos fazer a refeição mais substanciosa do dia; e a noite uma refeição leve, de preferência antes do sol poente e duas horas antes de dormir;
6. Não dormir nem tomar banho depois das refeições, uma leve caminhada é indicada para ajudar a digestão.
7. Agradecer pelo alimento ajuda na digestão física e sutil e retira possíveis energias negativas

Alimentos como: Tahini, amêndoas, leite e ervas como: Shatavari e Aswagandha associados a um bom Agni são altamente produtores de Ojas.

Comer é um habito freqüente e a comida é o que forma a estrutura de nosso corpo e influencia na qualidade de nossa mente, agrega pessoas e celebra ocasiões especiais. Portanto, quando pensamos em alimentação, devemos refletir sobre esses protagonistas que atuam no teatro da nossa vida, trazendo saúde ou instalando a doença. Agni = Ojas = saúde; Ama= Dosha = doença.

Ayurveda traz uma base sólida e segura para entendermos e identificarmos como estão essas energias dentro de nós; e um bom terapeuta é a ferramenta que transmite esse conhecimento orientando e principalmente educando cada individuo dentro de sua  realidade singular.



quarta-feira, 8 de junho de 2011

Parteiras tradicionais: um retorno à valorização do parto natural


Expectativa, medo, curiosidade, angústia, planejamentos… toda mulher grávida vive um misto de sentimentos na esperança de que seu bebê esteja saudável, que seja uma pessoa boa, um ser humano de bom coração, que venha ao mundo de forma tranqüila, sem sofrimento.

Enquanto algumas mulheres, pensando na segurança do filho, escolhem o parto no hospital, algumas escolhem cesáreas, pensando em si mesmas. Entretanto, hoje muitas mães querem um parto mais humanizado e natural e algumas têm optado pelo acompanhamento das parteiras tradicionais.

Aproveitando o Encontro Nacional Parteiras Tradicionais: Inclusão e melhoria da qualidade da assistência ao Parto Domiciliar no SUS, a IHU On-Line entrevistou, por telefone, a enfermeira e parteira Paula Viana: “Uma vez, no interior do Amazonas, conversei com uma médica e uma parteira. E a médica perguntou: ‘qual é a diferença do meu atendimento para o seu?’. Desta forma, a parteira respondeu: ‘a diferença é que você tem pressa e eu não’”, relatou.

Paula Viana é enfermeira-obstetra em Recife (PE), faz partos domiciliares e coordena o Grupo Curumim, uma organização não governamental feminista que desenvolve projetos de fortalecimento da cidadania das mulheres em todas as fases de suas vidas.

IHU On-Line – Em que sentido a parteira é mais humana do que o médico em relação ao parto?
Paula Viana – A parteira representa o elo entre a comunidade e o Sistema Único de Saúde (SUS). Elas têm um trabalho de atenção integral à saúde da mulher e da criança, pois acompanham toda a gravidez, conhecem a vida das famílias, chamam-nas pelo nome e representam o mesmo nível social e econômico dos clientes, o que aproxima ainda mais a parteira da mãe. Isso é fundamental para o momento da gravidez, do parto e do pós-parto.
O parto não é só um evento médico, é um evento social e familiar que tem a mulher como protagonista. Então a parteira tem essa capacidade de interagir de forma mais humana, no sentido do pensamento mais holístico. Não que não haja médicos que façam assistência desse tipo. Porém há uma distância maior entre médicos e médicas e as mulheres das comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombo, floresta, onde estão as parteiras tradicionais. Elas têm muito o que ensinar para nós.
Uma vez, no interior do Amazonas, conversei com uma médica e uma parteira. E a médica perguntou: “qual é a diferença do meu atendimento para o seu?”. Desta forma, a parteira respondeu: “a diferença é que você tem pressa e eu não”. As parteiras não têm pressa mesmo, elas acompanham a mãe e isso torna o parto mais humano.

IHU On-Line – Você pode descrever o panorama geral da situação das parteiras tradicionais no mundo?
Paula Viana – Há um movimento internacional das parteiras, que reúne parteiras de vários países da América do Sul, do Canadá, do México, Europa. Esse movimento busca a valorização dessas trabalhadoras em saúde e também respeito às suas tradições. A tecnologia, quando entrou na sala de parto, veio para ajudar. Nós agradecemos porque existe a possibilidade da cesárea para que possamos salvar vidas. No entanto, essa tecnologia afastou a ideia do parto como um evento antropológico e social. A luta do movimento internacional é para que a parteira seja vista como uma aliada. Ela tem que ensinar ao sistema público de saúde, mas ela também tem que aprender.

IHU On-Line – Hoje, quando e como uma mulher se torna parteira?
Paula Viana – Existem alguns tipos de parteiras: tem a enfermeira-obstetra, que é uma parteira. Eu mesma sou uma enfermeira-obstetra, uma parteira domiciliar. Existe a parteira que faz um curso técnico de três anos que é treinada só para o parto normal e tem formações originais diferentes. Já a parteira tradicional é aquela formada pela experiência. Algumas dizem: “eu aprendi no susto”. Aqui no encontro há 26 parteiras tradicionais e 34 enfermeiras e médicos. Essas 26 trazem relatos muito interessantes quanto a sua formação. Uma disse que começou aos 12 anos de idade. Ela foi chamada numa primeira ocasião, depois é chamada de novo e com isso vão pegando experiência. A teoria é importante, a parte tecnológica da obstetrícia é fundamental, mas o que conta mesmo é o conhecimento empírico. Um dos intuitos desse encontro é dizer o quanto é importante que essas parteiras tradicionais repassem seus conhecimentos às mais novas.

IHU On-Line – O que acontece quando um parto dá errado? A quem a parteira pode recorrer?
Paula Viana – Esse encontro é a finalização de um processo que dura dez anos. Ao longo desse período percebemos que as complicações não acontecem porque a parteira está atendendo. Os problemas ocorrem porque não existe um sistema de saúde apoiando. A parteira que faz parte dos cursos e recebe material sobre cuidados tem a capacidade de acompanhar fatos que podem complicar na hora do parto. Se a mulher faz um pré-natal de qualidade e a parteira está próxima e ocorre algum problema, ela consegue diagnosticar precocemente. Quando o município dá apoio, certamente dispõe de sistema de transporte que possa levar em tempo a mulher e o bebê ao hospital. Hoje, a mortalidade materna e neonatal não tem relação com o trabalho da parteira tradicional,

IHU On-Line – Qual a sensação quando um parto dá errado?
Paula Viana – Ela se sente muito impotente. Muitas vezes as parteiras, como falei antes, têm um nível econômico muito parecido com o da mulher que está atendendo. Quantas e quantas parteiras que conheci colocam dinheiro do próprio bolso para pagar uma gasolina, o aluguel de um carro para levar a mulher a um hospital ou mesmo levá-la até a casa da grávida. Mas a parteira tem limites. E esse encontro que estamos fazendo em Brasília serve, justamente, para que o SUS, o Ministério da Saúde, os governo municipais e estaduais incluam o trabalho da parteira tradicional nas suas políticas.

IHU On-Line – Como a parteira se prepara para ajudar a mulher no momento do parto?
Paula Viana – Há tantas formas. Há uma diversidade enorme de formações no Brasil. Assim, as mulheres se preparam no embate, no dia a dia, a partir do seu conhecimento. Estados como Amazonas, Pernambuco, Paraíba, Acre, Pará têm dado material para as parteiras. Assim, elas têm bolsa para carregar seus materiais, recebem instruções para esterilização do material e acomodação de equipamento. Elas se preparam na vida e aproveitando esses cursos e encontros que estão sendo realizados.

IHU On-Line – Como foi o processo para tornar responsabilidade do SUS o nascimento domiciliar assistido por parteira?
Paula Viana – Desde 1940 existem políticas que visam tornar a parteira parte do sistema. Em 1991, foi escrito um Programa Nacional de Parteiras Tradicionais e iniciou-se nos estados uma série de ações, capacitações, cursos. Já a partir de 2000, que é o processo que estamos finalizando agora, esse trabalho se voltou muito aos municípios, colocando para eles suas responsabilidades. É preciso saber quem, lá na comunidade, gerencia a saúde da população e o responsável é o município. Está presente aqui no encontro uma representante do Conselho Nacional de Secretários Municipais.
Esse processo é lento. As parteiras reivindicam uma remuneração pelo trabalho e até hoje pouquíssimos municípios tornaram isso realidade. Poucos também forneceram material e as vincularam ao sistema de saúde. Isso tudo faz parte da nossa luta. Nós sabemos que aos poucos vamos superando as barreiras, um dos maiores é o corporativismo médico. As parteiras não querem substituir ninguém, mas elas existem e precisam do apoio do SUS que tem que dar conta tanto de UTIs neonatal de alta tecnologia quanto àquele parto feito na beira do rio feito com luz de candeeiro. Esse é um direito básico nosso como cidadãs brasileiras.

IHU On-Line – Por que está ficando mais forte hoje o retorno às parteiras?
Paula Viana – Esse movimento também se deve às parteiras. Elas sempre existiram. Porém, estão ganhando mais repercussão porque algumas organizações do movimento feminista têm dado mais atenção à questão atualmente uma vez que as parteiras representam um retorno ao parto normal e a valorização do parto natural.

(Ecodebate, 19/08/2010) publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.
[IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]

Dinacharya, a rotina diária

Dinacharya é o nome sânscrito que Ayurveda dá à prática consciente de nossa rotina diária. Rituais que deveriam ser feitos todos os dias para fortalecer e desintoxicar o corpo e a mente, aumentar o prana, promover a saúde e prevenir futuros desequilíbrios. Principalmente desequilibrios Vata, que tendem a se enraízar quando levamos uma vida inconstante e irregular assim como a natureza desse dosha.

Quais são as ações que eu faço todos os dias?
Acordar, dormir, eliminar, comer, trabalhar, relacionar...

Como administrar essas ações durante o dia?
Através de horários. Não com uma conotação rígida, mas com a intenção de aproveitar a energia de cada período para favorecer nossas atividades. Além disso, o próprio corpo possui seu ritmo ou o famoso relógio biológico, que deve ser considerado também.

Os horários são determinados pelo movimento do sol: nascer do sol, meio dia, por do sol, ou em outras palavras: Horário Kapha, Horário Pitta e Horário Vata.

Horários do dia:


     
      6h00 às 10h00 - Kapha
      10h00 às 14h00 - Pitta
      14h00 às 18h00 - Vata
      18h00 às 22h00 - Kapha
      22h00 às 02h00 - Pitta
      02h00 às 06h00 - Vata






Horário Kapha

Das 6 às 10 da manhã, é o horário com predomínio da energia Kapha, uma energia que é pesada, retentora, lenta e fria. Sendo assim, devemos estimular o nosso Agni, praticar esportes ou Yoga e principalmente fazer a limpeza de nosso corpo.

1. Levantar com o nascer do sol.

2.  Reverência e agradecimento pelo dia. (leia bom dia, Dia!)

3.  Tomar uma xícara de água morna em jejum, para eliminar o excesso de muco no estomago e estimular a eliminação.
Vata: 10 gotas de limão com uma pitada de sal – para que retenham um pouco da água.
Pitta: somente 10 gotas de limão e em alguns casos de excesso de Pitta (gastrite, azia), só água morna.
Kapha: ½ limão e uma colher de chá de mel – adstringente (para retenção de líquido ou excesso de peso).

4.  Evacuar / Urinar
Em casos de constipação (ocasional) tomar leite com ghee e açúcar mascavo ou Triphala antes de dormir.

5.  Higiene Boca e Língua
Raspar a língua (com raspador ou colher), escovar os dentes.
É interessante também fazer um bochecho e gargarejo com óleo de gergelim morno.

6.  Banho
O banho matinal é muito importante, pois ajuda a eliminarmos as toxinas que foram produzidas durante à noite e que se alojam na pele. Se nós não tomarmos banho, todas aquelas toxinas são reabsorvidas pelo corpo.
Vata: sabonetes nutritivos e oleosos. Antes do banho, passar óleo de gergelim no corpo, cabelos e sola dos pés;
Pitta: sabonete de coco. Antes do banho, passar óleo de coco ou girassol no corpo, cabelos e sola dos pés;
Passar óleo de coco ou girassol.
Kapha: pós: manjericão, gengibre, vacha, triphala. Antes do banho, passar pouco óleo e de preferência girassol medicado com uma erva quente, como por exemplo estas mencionadas acima.

 7.  Yoga
- Pavana Muktasana (solturas articulares)
- Kryas (purificações)
- Surya Namaskar para aquecer.
Vata: seqüência o mais lenta possível, com ujjay
Pitta: ritmo médio, sem ujjayi
Kapha: ritmo mais rapido, mais vezes, com ujjayi
-Pranayama: Respiração completa (yogika) e/ou Nadishodhana
- Relaxamento: em Shavasana, 5 a 10 minutos.
- Meditação: simples consciência do momento presente, prestando atenção no corpo, respiração, pensamentos, sentimentos e emoções

8.  Exercícios:
Vata: que acalmem, que tragam consciência corporal – Hatha Yoga, leve caminhada.
A pessoa não deve sentir-se cansada após exercício.
Pitta: que não estimulem a competição, que não produzam muito calor – Natação, Yoga (Hata), caminhadas ao ar livre.
Kapha: aeróbicos, que aqueçam e estimulem e principalmente achar um exercício que seja prazeroso – caminhada, bicicleta, Yoga mais intenso.

9.  Tomar café da manha - de acordo com o dosha.
Vata: torradas com ghee / mingau de aveia com canela e cardamomo.
Pitta: frutas/sucos de frutas / chás amargos e pão com ghee / leite morno com granola.
Kapha: chás amargos ou café (ocasionalmente), torradas de centeio com mel. Preferencialmente após as 10h.

Horário Pitta

Das 10 às 14 horas, é horário Pitta no nosso corpo e na natureza - o sol e o Agni estão em alta, portanto é o horário em que devemos fazer a principal refeição do dia e não fazer esforço excessivo. Se não houver fome neste horário, deve-se estimular: tomar chá de gengibre ou mastigar uns pedacinhos pode resolver.

Almoço: deve ser a principal refeição do dia e não devemos dormir após esta refeição, mas sim descansar por 20 minutos ou dar uma leve caminhada.
Vata: Legumes cozidos, cereais. Kichari (mais cozido e com mais óleo).
Pitta: saladas, cereais, leguminosas, verduras refogadas.
Kapha: folhas verdes refogadas, leguminosas.

Horário Vata

Das 14 às 18 horas, a energia de Vata predomina. Vata é leve, mental e criativo. Deve-se aproveitar esse horário para o trabalho, atividades intelectuais e depois execução de tarefas que exigem movimento e agilidade para também distribuir a energia da mente pelo corpo. Então após o trabalho, fazer uma pequena prática de Pranayama, Yoga e se tiver fome comer algo leve.

Horário Kapha

Das 18 às 22 horas, Kapha volta a predominar e devemos, assim como o sol, nos recolher, diminuir nosso ritmo e nos preparar para descansar.

Jantar: deve ser no máximo até as 20h, dar preferência a alimentos mais leves como sopas e comer 2 horas antes de dormir.

Dormir:
-antes de ir para cama é bom olear o corpo todo, ou somente pés, mãos e abdômen, com óleo de gergelim morno. Depois da oleação, tomar banho morno. Essa prática é muito eficaz para equilibrar os doshas e proporcionar um sono tranqüilo e reparador.
-assistir televisão e filmes violentos antes de ir para a cama é desaconselhável, pois além de agravar Vata, inquietam ainda mais a mente, levando estas impressões para os sonhos.

Horário Pitta

Das 22 às 2 horas, Pitta volta a acelerar o metabolismo. Se estamos dormindo, este fogo é direcionado para dentro, mas se ainda estamos acordados tendemos a utilizar essa energia novamente com a alimentação, sobrecarregando o sistema digestivo.

Horário Vata


Das 2 às 6 horas, é um horário perfeito para meditar e ruim para quem tem insônia porque Vata está predominante novamente.

Outras considerações

Esse é um guia geral para que aproveitemos da melhor forma o nosso precioso dia. Mas é claro que várias outras adaptações podem e devem ser feitas, dependendo da sua constituição, possível desequilíbrio e contexto de vida, principalmente no que diz respeito à dieta, local onde se reside, estações do ano e fases da vida - outros tópicos de grande relevância dentro do Ayurveda e que serão abordados futuramente.

Harih Om

Uso de analgésico na gravidez eleva risco de malformação, alertam EUA

O consumo de analgésicos opioides, como codeína, oxicodona ou hidrocodona, pouco antes do início da gestação ou no seu começo, aumenta em duas vezes o risco de que o bebê nasça com algum tipo de malformação congênita.


As principais malformações são problemas cardíacos, espinha bífida, hidrocefalia (água no cérebro), glaucoma congênito e grastroesquise (quando a parede abdominal apresenta uma abertura pela qual os intestinos e o estômago podem sair).
O alerta foi feito anteontem pelo Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos EUA, que estudou essas medicações. Os resultados serão publicados no American Journal of Obstetrics and Gynecology.
A advertência nos Estados Unidos se estende a analgésicos que precisam de prescrição médica como o Vicodin, OxyContin e Tylenol-3, bem como a uma variedade de versões genéricas dos medicamentos.
No Brasil, drogas como Tylex, Codein, Vicodil, Codex e Belacodid possuem codeína em sua composição e também são de venda restrita: só podem ser comercializadas com prescrição médica e retenção de receita.
Embora exista um risco maior de graves tipos de defeitos congênitos em razão da exposição à substância, "o risco absoluto para a mulher é relativamente modesto", afirmou a epidemiologista Cheryl S. Broussard, do CDC, responsável pelo estudo dos medicamentos.
As conclusões estão no Estudo Nacional sobre a Prevenção de Problemas Congênitos, o maior sobre o tema já realizado nos EUA. Patrocinado pelo CDC, o trabalhou analisou grávidas de dez Estados americanos e examinou somente o uso dos medicamentos de prescrição médica, e não seu uso ilícito.
No Brasil. De acordo com o ginecologista Eduardo Borges da Fonseca, presidente da Comissão de Medicina Fetal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os opioides são medicamentos bastante usados no Brasil, mas têm indicação bem restrita para as gestantes.
"São drogas analgésicas bastante potentes, normalmente usadas em pacientes após cirurgias. Para a mulher grávida, são indicadas apenas em casos de dor extrema, como uma crise de pedra nos rins, por exemplo, onde os benefícios superam os riscos", diz Fonseca.
A ginecologista Fabiana Sanches, do setor de patologia obstétrica do Hospital Santa Marcelina, diz que ainda não se sabe em qual dose essas medicações podem causar problemas.
"Mas elas aumentam o risco de algumas raras malformações. Isso não quer dizer que se tomar a medicação o feto terá o problema. Além disso, todo medicamento deve ser prescrito por médico, e ele deve avaliar a real necessidade do uso", alerta a ginecologista.
Segundo o ginecologista Marco Antônio Borges Lopes, professor da USP, o maior problema para as gestantes é o consumo de anti-inflamatórios - drogas de venda livre, amplamente consumidas por conta própria.
Os mais comuns são Voltaren, Nimesulida, Profenid e Indometacina. "O uso indiscriminado desses medicamentos durante a gestação pode causar problemas graves no coração do feto. A automedicação, nesses casos, é muito mais perigosa do que o uso dos opioides, que são contraindicados para grávidas", diz.
Fonseca diz que esses anti-inflamatórios podem causar defeitos cardíacos em qualquer fase da gestação - defeitos mais graves quanto maior o tempo de gravidez. Os opioides, ao contrário, apresentam risco aumentado no primeiro trimestre, quando os órgãos e tecidos do feto estão começando a se formar.
Malformações. Os defeitos cardíacos congênitos são o problema mais comum das malformações de nascença e afetam anualmente cerca de 40 mil crianças nos Estados Unidos. No Brasil, estima-se que 28 mil crianças nasçam todos os anos com esse tipo de doença.
Muitas das crianças afetadas morrem no primeiro ano de vida e as que sobrevivem frequentemente precisam ser submetidas a cirurgias, internações prolongadas e a tratamentos ao longo de toda a vida. 
Por Fernanda Bassette - O Estado de S.Paulo

Bom dia, Dia!

Esse fenômeno maravilhoso que é o dia, tem como característica principal a presença da luz do Sol.Assim como para as plantas, o Sol é para nós seres humanos fonte primordial de energia vital, o Prāna.

Prāna é o nome sânscrito desta energia responsável pela manutenção da vida, seja através do funcionamento perfeito do corpo e da mente, seja pela interconexão de ambos.

Portanto se você está se sentindo exausta, indisposta, letárgica, desvitalizada, desanimada, ao invés de tomar litros de café ou qualquer outro estimulante artificial, experimente tomar um belo banho de sol por 10 minutos, dando preferência para o "sol bom" que  vai das 7 até as 10 da manhã.

...Feche os olhos, sinta o calor nutrindo sua pele e diga em voz alta: BOM DIA, DIA!

Da mesma forma, através da ingestão de alimentos saudáveis, obtemos Prāna. Particularmente, os alimentos crus têm maior quantidade de Prāna. Por tanto, vale também adicionar uma porção diária desses alimentos em sua dieta.

Lembrando sempre que:
-pessoas Pitta, devem e podem comer em maior proporção alimentos crus, principalmente folhas verdes amargas e adstringentes.
-pessoas Kapha, devem comer alimentos crus, os misturando com os alimentos quentes e dando preferência para folhas verdes amargas e picantes como rúcula, agrião, escarola..
-pessoas Vata, devem comer em pouquíssima quantidade alimentos crus, também os misturando com alimentos quentes e adicionando uma boa quantidade de óleo extra virgem, como o gergelim, por exemplo.

A última dica está na prática de exercícios físicos, porque muitas vezes, o problema não é a falta, mas a estagnação da energia. Principalmente o horário da manhã é o mais indicado para tal, já que a energia mais letárgica de Kapha predomina em nós e na natureza. Para quem não tem a possibilidade diária de fazer atividade física, opte por andar ao invés de pegar o carro, faça um breve alongamento após levantar da cama,  ou até mesmo subir e descer as escadas de casa já é bem vindo! 

Aproveitem seu dia...
CARPE DIEM!


Ayurveda e as Plantas Medicinais

Plantas medicinais são usadas desde que seres humanos existem. Mas ainda existem muitos questionamentos a respeito de seu uso: São seguras? Realmente funcionam? Existem efeitos colaterais/ secundários? Baseado nisso, esse texto tem como objetivo clarear essas questões trazendo uma visão um pouco mais crítica a respeito do que a ciência moderna postula; visão essa que esta baseada na minha experiência própria e no conhecimento milenar do Ayurveda.
Plantas medicinais são seguras se usadas de forma correta e inseguras se usadas de forma incorreta. Funcionam muito bem para tratar desequilíbrios básicos do metabolismo e do corpo, mas são menos eficazes em doenças agudas que derivam de hábitos inadequados e ignorância, como por exemplo, demorar a tratar um desequilíbrio.

Shatavari
É ingênuo pensar que uma planta medicinal será 100% eficiente se o individuo não tem um estilo de vida e dieta que dê suporte a esse tratamento. Essa é uma das principais razões do porque a medicina moderna não teve sucesso no uso das plantas enquanto médicos ou terapeutas que utilizaram um "approach" holístico tiveram ótimos resultados.
As plantas só funcionam se criarmos um estilo de vida que dê suporte a seu uso, e o Ayurveda traz todas as orientações adequadas para isso. O principio básico está em re-ativar a inteligência de nosso corpo para que ele trabalhe junto com essas substancias orgânicas.
O Sistema Ayurvédico não separa a ingestão de alimentos, estilo de vida, ambiente, estado mental e projetos de vida das medicinas que são prescritas. Para Ayurveda não existe bom ou ruim, tudo pode ser remédio quanto veneno, a questão está no entendimento de como, quanto, quando, onde e porque usar determinada substância, pois Ayurveda é a ciência do entendimento da natureza das coisas.
Como medicamento, usamos plantas e minerais para re-equilibrar o organismo como um todo. O sintoma é uma consideração secundária, pois um sintoma e/ou patógeno jamais teriam se instalado no corpo se não houvesse um ambiente favorável para tal evento. Portanto Ayurveda da importância para a causa da doença, que nesta visão vem de um desequilíbrio das 3 bioenergias (doshas) também presentes no corpo, que são: Vata Pitta e Kapha. (leia mais no texto: O que é Ayurveda?)
No ocidente, os minerais são considerados pela medicina moderna como sendo tóxicos. Porém deveríamos nos questionar a respeito disso já que essas preparações são utilizadas há milhares de anos e ainda continuam sendo usadas em outras partes do mundo de forma muito segura. As únicas preparações minerais disponíveis são as produzidas pela homeopatia. Essas preparações tendem a manter os ingredientes originais intactos e contém quantidades e formatos eficazes para que o corpo as assimile. Entretanto, o reino das plantas provê inúmeros medicamentos que são altamente eficazes para equilibrar e manter a saúde. Ayurveda traz também em sua abordagem, o uso de formulas, misturando determinadas plantas para que ajudem o corpo a absorver ainda mais essas substâncias.
Mas porque que os estudos científicos feitos pela medicina moderna mostram que as plantas têm efeito limitado ou insignificante? E quais são seus efeitos colaterais?
Quanto à primeira questão, já discutimos mais acima: plantas medicinais precisam de um ambiente favorável para exercer seu potencial pleno. Além disso, trabalham melhor em um nível mais profundo do corpo para equilibrar problemas metabólicos do que em problemas agudos; mas mesmo assim, se usadas corretamente também podem ser usadas em doenças agudas e trazer bons resultados. Além disso, devemos nos questionar em relação aos procedimentos modernos para testar a eficiência das plantas. As plantas são organismos perfeitos e altamente equilibrados que não funcionam da mesma maneira se tiverem seus componentes isolados, pois o efeito medicinal se dá de maneira sinérgica. E o que a medicina moderna faz? Isola os componentes e os testa em animais.  Portanto o nosso guia de como usar as plantas deve estar baseado no uso tradicional. Na maioria das vezes, comparar os efeitos medicinais das plantas de uso tradicional com os efeitos de componentes isolados testado pela ciência moderna, certamente trará resultados diferentes, então atualmente isso dá descrédito ao potencial curativo das plantas.
Quanto aos efeitos secundários, eles são mais benéficos do que maléficos. Pela razão de que a planta possui sinergia de componentes, então por exemplo, se você usa uma erva para purificar o sangue seu efeito secundário será promover o funcionamento do fígado e aumentar a síntese de vitamina B12. Isso significa que as plantas têm efeitos muito vastos e impossíveis de ser totalmente quantificados da maneira que a medicina moderna valoriza.
Em resumo, o uso correto de plantas e formulas de plantas medicinais não será possível quantificar, medir e monitorar clinicamente falando da forma que a medicina moderna faz. Porém proporciona um tratamento altamente compreensível para seres humanos, uma vez que a natureza deste tratamento é qualitativa.
Plantas Medicinais X Remédios Sintéticos
Essa é outra questão polêmica: Quando usar plantas? Quando usar remédios sintéticos?
A questão principal gira em torno de algo que o Ayurveda enfatiza muito: seu corpo está apto a processar essas plantas medicinais?
A resposta é...  Sim!!!
Por quê? Porque as plantas possuem substancias orgânicas, vivas, e que ajudam e/ou facilitam o funcionamento natural do corpo. Elas além de dar suporte, nos fornecem os nutrientes e substancias de que precisamos e eliminam facilmente o que não precisamos ou não queremos, não criando deficiências no corpo. Já os remédios sintéticos não são reconhecidos e funcionam como corpos estranhos que forçam o organismo a trabalhar de determinada maneira, além disso, são muito difíceis de serem metabolizados e excretados pelo corpo, o que gera um gasto absurdo de energia para tal.
O que acontece é que hoje em dia é que somos muito imediatistas. Levamos anos abusando de nossos corpos (e ele agüentando firme e forte), mas então quando o problema sério aparece, queremos que seja resolvido como um passe de mágica. O que acontecem com as plantas medicinais é que elas demoram certo tempo para fazer efeito, algumas mais que outras, entretanto, realmente promovem a cura sem efeitos colaterais e dando tempo para refletirmos sobre a causa daquele problema, além disso, também trabalham de maneira nutricional, nos fornecendo vitaminas e minerais de que necessitamos, ainda mais hoje em dia com a alimentação moderna que esta tão processada e desvitalizada. Já os remédios resolvem imediatamente, porém apenas mascaram sintomas promovendo efeitos colaterais devastadores e tornando os problemas crônicos.
Mas há os que usam as plantas de maneira alopática, querendo "coisas naturais" para apenas aliviar sintomas. Isso também não adianta. Se abusarmos de seu uso, assim como em tudo na vida, as plantas nos trarão problemas principalmente de natureza nervosa e hormonal. Da mesma forma, em alguns casos, os remédios alopáticos podem ser usados de maneira consciente e são eficazes.
Como regra geral, não deixe a doença se instalar para tomar providencias. É quando os pequenos desequilíbrios aparecem que devemos começar a nos questionar a respeito do que estamos fazendo com nosso corpo-mente e agir! A questão não está apenas na substância que é usada, mas da forma com que é usada, na abordagem em que é usada.  Definitivamente, as plantas são as melhores substancia para seu corpo e o Ayurveda é uma linda abordagem que embasa o uso destes presentes da mãe-natureza; que além de curar, nutrem, previnem doenças e harmonizam nosso corpo-mente como um todo.
texto inspirado e traduzido a partir do livro Ayurveda healing for woman- Atreya

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Menopausa - pausa para transformar



Tradicionalmente a menopausa trazia o simbolismo da mulher sábia, pois era o marco que representava a aquisição de experiência suficiente para "treinar o time familiar", ou seja, orientar, encorajar e ensinar as mulheres mais novas da família.
Há uma nova corrente de cientistas tentando explicar porque a menopausa é essencial para a vida humana:
A mulher do passado envelhecia tendo filhos e cuidando dos outros que já havia tido; mas depois de certa idade, a chance de morte tanto da mulher quanto do bebê era muito grande. Se ela morresse, colocava também em risco a sobrevivência de seus outros filhos que ainda estavam sendo criados; eles teriam melhores chances se ela parasse de ter filhos enquanto estivesse saudável.  Então muito sabiamente, a evolução trouxe a menopausa, que além de proporcionar mais segurança para a mulher e seus filhos propiciava a ela ajudar às mulheres mais novas a cuidarem e educarem de seus bebês. Assim, ela contribui com a preservação da espécie transmitindo seu material genético através de seus próprios filhos e contribui com a evolução da humanidade como um todo ajudando outras mulheres a serem e terem bebês saudáveis.
A menopausa muitas vezes é vista apenas como um evento isolado: a cessação do ciclo menstrual, mas na verdade ela é um processo que inicia geralmente entre os 30-35 anos, onde a mulher atinge o auge de sua saúde, e termina mais ou menos aos 51 anos quando ela finaliza o ciclo menstrual.
Atualmente na nossa sociedade, assim como o parto, menstruação entre outras coisas, a menopausa é vista como uma doença. Porém, as inúmeras crises que a menopausa traz são vistas apenas no ocidente: onde mulher esta mais "modernizada" descuidou de seus ciclos menstruais durante toda uma vida e onde o envelhecimento é sinônimo de descaso. 
Assim como a Menstruação não é a TPM, a Menopausa não é a síndrome em si; ela é o processo da perda da fertilidade com o declínio dos hormônios sexuais. Portanto a Menopausa da qual trataremos aqui não merece ser chamada de apenas de Menopausa, ela será chamada de Síndrome da Desordem da Menopausa.
AYURVEDA E A SINDROME DA DESORDEM DA MENOPAUSA
A maioria dos sintomas acarretados com a síndrome são características de Vata agravado, que caracteriza inclusive essa fase da vida da mulher.
Alguns deles são: secura e finura da pele e do cabelo, osteoporose, insônia, enxaquecas, ansiedade, depressão, mudança de humor, falta de clareza mental e perda de memória. Até mesmos os calores, que são de natureza Pitta, são manifestações primarias da qualidade desigual que é proeminente durante os desequilíbrios Vata. Se a mulher é mais Pitta, ou agravou seu Pitta durante muitos anos os calores serão ainda mais intensos e acompanhados de irritabilidade.
Durante este desequilíbrio Vata, duas desordens Kapha também podem se manifestar: ganho de peso e/ou retenção de liquido, o que em alguns casos pode ser até benéfico, já que essas desordens trazem a qualidade pesada e ajudam a equilibrar as tendências erráticas de Vata; além disso, um pouco de gordura também ajuda na produção interna de estrogênio, que está em declínio nessa fase.
Osteoporose
A osteoporose está diretamente relacionada com a menopausa, pois assim como o estrogênio, a densidade óssea atinge seu pico aos 35 anos e depois começa a declinar. Se a mulher se cuidou até essa idade e continua se cuidando depois dela, esse declínio não trará incômodos. Agora, se ela não investiu em "construir" e continua não ajudando a manter essa densidade, certamente ela chegará ao nível de fratura, onde espontaneamente seus ossos podem se fraturar no menor dos movimentos.
Envelhecer com saúde e alegria não significa cuidar da saúde depois de ter atingido certa idade, mas sim ter cuidado dela desde cedo. A medicalização rápida não substitui o cuidado que uma rotina diária saudável proporciona ao corpo resistir às doenças.
Dicas para proteger seus ossinhos:
(e se ainda sua constituição for Vata, mais cuidado você deve ter)
-se tornar vegetariano: vegetarianos precisam de menos cálcio do que os carnívoros, pois quando as proteínas são digeridas o corpo precisa de cálcio para ajudar a remover os resíduos dessa digestão;
-consumir alho(que produz saúde para os óssos), tofu(que tem efeito estrogênico), gergelim e folhas verdes escuras que são alimentos ricos em cálcio;
-cuidar do consumo de antiácidos: se o acido estomacal baixar muito, a absorção de cálcio fica impedida;
-atividade física, principalmente musculação.

Fatores de risco:
-perda de muitos ciclos menstruais durante seus anos férteis;
-menopausa antes dos 45 anos;
-as mulheres de raça branca têm maior tendência a desenvolver osteoporose, em segundo lugar as asiáticas;
-gordura corporal insuficiente;
-histórico familiar de osteoporose;
-dieta pobre e insuficiente;
-dieta rica em proteína animal, sódio e açúcar branco;
-dieta baixa em potássio;
-bebidas alcoólicas e carbonadas, cigarro;
-sedentarismo e falta de atividade muscular;
-uso prolongado de remédios como: esteróides, hormônio da tireóide, e agentes quimioterápicos.
Com certeza é muito melhor ter esses cuidados antes da osteoporose te corroer, ou dos distúrbios da menopausa te abraçarem. Porém se a mulher já foi diagnosticada ou se percebeu com esses sintomas talvez seja necessária uma reposição hormonal.

Reposição hormonal
Os fito-hormônios são hormônios derivados de plantas e que possuem a estrutura semelhante aos hormônios femininos: estrógeno e progesterona. Algumas mulheres se dão bem apenas com a fito-progesterona, que é derivada do Yam Mexicano; outras adicionam também a Soja ou Alcaçuz, que contém fito- estrógeno.  Há também outras plantas como o Linho, Trevo e alfalfa mas essas podem exercer efeitos tóxicos.
A terapia de reposição hormonal é algo muito perigoso e que, mais tarde será abordada aqui com detalhes. O que acontece hoje em dia é que muitas mulheres procuram fazer a reposição hormonal com objetivo estético, o que nega aos tecidos a oportunidade de envelhecer gradualmente e graciosamente e nega a mente a oportunidade de amadurecer, aceitar e fluir com a natureza da vida.
Por isso, mais do que um excesso disso ou a falta daquilo,  Ayurveda prescreve Rasayana, uma terapia de rejuvenescimento a nível celular - que se em outras fases da vida já é recomendada, nessa é especialmente essencial.
Rasayana
Rasayana, ou rejuvenescimento, significa "o caminho do suco", e o envelhecimento é a perda desse suco, tanto literalmente quanto figurativamente: o corpo "encolhe", a mente se torna confusa, as articulações secam, os músculos perdem o tônus; o corpo sente mais frio, se torna doente com mais facilidade e se recupera com mais dificuldade do que antes.

Então o Rasayana entra na rotina diária para diminuir o tempo e a intensidade do declínio da vitalidade... mas como?
-com o consumo de alimentos medicados, como por exemplo, o Chyavanaprasha;
-cuidados com a pele, pois Vata esta diretamente ligada com o sentido do toque e com a pele;



Para o cuidado com a pele, Ayurveda prescreve as aplicações de óleo como: Abhyanga, Shirodhara e Pizzichilli.

Em resumo, é sabido que uma menopausa sofrida vem de impactos de uma vida prévia, portanto cuidar de sua alimentação, rotina diária, ciclo menstrual fará toda a diferença lá na frente. No entanto, nunca é tarde para adquirir hábitos saudáveis e mudar velhos padrões.

texto inspirado e traduzido a partir do livro Ayurveda para mulheres- Dr Robert Svoboda
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